A paciente adentra na sala de terapia de grupo andando apoiada no andador. Informou que havia fraturado o pé. Foi submetida a cirurgia ortopédica.

Na terapia de grupo utilizar o fato ou a fala de algum paciente é mais adequado. Perguntei ao demais pacientes participantes. Qual a reação de cada um de vocês quando surgem os imprevistos?

Na semana passada quando Miany esteve aqui ela andava normalmente, hoje ela comparece andando apoiada no  andador e o pé imobilizado. Sofreu fratura do pé em acidente doméstico, fato este, que tumultuou a rotina de Miany.

Miany: Não pude trabalhar, permaneci dentro de casa, algo que não faço há muito tempo. Sou muito agitada, inquieta. O trabalho me consome, direto na empresa.

Psiquiatra: Interessante! Miany como está se sentindo por estar imobilizada, permanecendo em casa, bom ou ruim?

Miany: Por um lado é bom, eu precisava parar. Minha vida é muito acelerada, acordo cedo, vou para empresa e só retorno para casa depois das 17 h. Não tenho tempo para nada. Quando chego em casa estou exausta. Não consigo fazer nada. Agora, me veio algo na minha mente. Quando chegava em casa tomava cerveja para relaxar, na verdade estava bebendo muito. Por isto fui pega no bafômetro. Meu supervisor me suspendeu três dias, o famoso balão. Tomei três dias de balão. Depois fui encaminhada para medicina do trabalho que me propôs o tratamento psiquiátrico. Eu não tive outra opção. Ou aceitava ou eu era demitida. Eu estava chegando alcoolizada no trabalho.