Dr. Júlio César de Almeida Barros Psiquiatra com 36 anos de experiência clínica e formação em  hipnoterapia individual e de grupo. Criou e inaugurou o Pronto Atendimento Psiquiátrico em 1987, desde então, adquiriu grande conhecimento e prática em emergências psiquiátricas.

São muitas histórias. Uma pessoa casada, estabilizada, desprende de tudo, divorcia, apaixonado por outra pessoa. A rotina metamorfoseia em tédio. O romantismo e a sedução adormeceram. Angústia e sensação de infelicidade são introjetadas.

Floresceu neste homem ou nesta mulher a paixão. A paixão, sentimento muito forte de atração por uma pessoa, intenso, envolvente. Mas a ilusão é irmã gêmea da paixão. Ilusão não pode ser descartável.Somos uma unidade psicossomática. O corpo sobrevive das proteínas, dos carboidratos, vitaminas consumidas por intermédios dos alimentos. A fome provoca a desnutrição causando a falência dos órgãos. A mente necessita dos sonhos, fantasias, imaginações e ilusões.

A outra pessoa é idealizada, desabrocha um sentimento intenso, brotam a pulsão romanesca, atos instintivos, tempestade bioquímica que explicam a irracionalidade. O olhar, a atração culmina no desejo sexual cheio de voluptuosidade, acalmado na presença do estado amoroso.

Por outro lado, qual a interpretação da jovem com seus 24 a 28 anos ao tomar conhecimento desse desejo. Ora quem não quer ser objeto de desejo. Ela, provavelmente, sentirá envaidecida. Seu ego orgulhosamente e de imediato não recusará esta tentadora proposta. E principalmente se ela, por exemplo, for casada e, também infeliz. O varão cobiça a fêmea. Excitante e estimulante.

Vou fazer dela a pessoa mais feliz do mundo’’. O príncipe oferece a princesa seu castelo, relembrando o famoso livro Complexo de Cinderela. Extremamente acolhedor, protetor e romântico. Afinal qual o mal em querer ser cuidado por alguém. Prometer a felicidade à outra pessoa é algo um tanto onipotente, próximo de Deus. É apropriar-se da pessoa. Tornar dono dela.

Uma pessoa pode fazer a outra feliz? Penso que ficaria melhor assim. Estou feliz por que estou com essa pessoa. Parece a mesma coisa, mas não é. Quando alguém promete à felicidade a outra pessoa fica a impressão de ter terminado o processo de conquista. E um relacionamento perene quando persiste a admiração recíproca dos parceiros. E daquela paixão inicial, virá o companheirismo, a amizade e aceitação. O amor fundamentado nestas virtudes.

Ou ao contrário encerrada a paixão é substituído pelo controle, pelos reparos, senões, mágoas e decepção.